A segurança do doente constitui uma das grandes preocupações dos cuidados de saúde. Diretamente associada está a transmissão de informação entre os profissionais, relativa aos cuidados de saúde ao doente.
A comunicação eficaz entre a equipe multidisciplinar de saúde é determinante na qualidade e segurança da prestação de cuidados ao doente. Falhas na comunicação, têm sido um dos principais fatores que contribuem para a ocorrência de efeitos adversos e consequentemente diminuição da qualidade de cuidados de saúde.
A comunicação é considerada por inúmeros autores como a ferramenta mais importante nos cuidados de saúde. Existem, também, evidências suficientes sobre os problemas de comunicação entre profissionais de saúde e os benefícios de uma comunicação eficaz a nível profissional e pessoal. A pesar da assertividade ter vindo a receber uma atenção crescente na literatura da Psicologia, os profissionais de saúde têm-se mostrado relutantes em aderir a esta área do saber e os treinos assertivos para estes profissionais são ainda muito escassos. Capacitar os profissionais de saúde na habilidade de comunicar assertivamente pode contribuir para a criação de um ambiente e relações de trabalho saudáveis.
Um dos desafios para garantir a Segurança do doente é a promoção da comunicação efetiva no processo de Transição de Cuidados de Saúde, sendo considerado crucial para monitorizar a qualidade das mais modernas instituições de Saúde.
A Direção Geral de Saúde no “Plano Nacional para a Segurança dos doentes 2015-2020”, refere entre outros pontos a importância da “Segurança na Comunicação”, estabelecendo a Norma nº001/2017 de 08/02/2017- “Comunicação eficaz na Transição de cuidados de saúde”, preconizando a implementação da ferramenta -ISBAR com o objetivo de incrementar segurança na transição de cuidados ao doente e aumentar a qualidade dos cuidados de saúde.Este objetivo está reforçado no novo Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026, de 24 de setembro de 2021, onde, no seu pilar nº 3 “Comunicação”, reforça a necessidade de uma comunicação efetiva essencial ”ao longo de todo o ciclo de cuidados”, em especial “nos momentos de transição de cuidados, da transferência de responsabilidades ou da passagem da informação entre todos os profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde” (Diário da República nº 187, 2ª série, Despacho nº 9390/2021 de 24 setembro 2021, p. 100).
O Perioperatório é um momento de grande vulnerabilidade para o doente, impõe-se vários momentos de transição de cuidados de saúde, da sala operatória para a Unidade de Cuidados Pós Anestésicos e desta para o Serviço de Internamento ou Unidade de Cuidados Intensivos. Onde a maioria da informação é transmitida verbalmente entre enfermeiros, muitas vezes não sistematizada e padronizada para todos os intervenientes, podendo ter implicações na continuidade do tratamento do doente. Sendo assim vai permitir que no Bloco Operatório a informação seja partilhada de forma organizada e sistematizada, tornando-se uma mais-valia para a segurança do doente, evitando eventos adversos e promovendo a melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem, contribuindo assim, para o aumento de ganhos em saúde com eficiência, despendendo o mínimo de recursos e esforços.
Programa:
1. Comunicação interdisciplinar
2. Segurança na transição de cuidados de saúde
Local: Hospital de Santa Luzia
Início: Dia 22 de Março, às 15h00
Limite de inscrição: Dia 21 de Março, às 12h30
Preço: Gratuito
Duração: 3h
Notas:
- Necessita assistir, no mínimo, a 50% do total de horas para obtenção do Certificado de Presença e atribuição dos respetivos CDP’s;